Doutrina das Semelhanças
A faculdade mimética do homem moderno está em extinção
ou transformação? Qual o olhar das semelhanças do homem histórico na sua
evolução? As brincadeiras infantis são fundamentais para a nossa evolução? Essas são algumas das reflexões norteadoras do texto Doutrina das Semelhanças
de Walter Benjamim (1933).
Para Benjamin (1933), o
homem com a sua capacidade de reproduzir semelhanças, apropriou-se
da faculdade mimética no sentido
filogenético e ontogenético traduzindo....por meio das brincadeiras a criança
imita um adulto como um professor e ao mesmo tempo um trem ou um moinho de
vento. Neste contexto quem determina o ato de brincar é quem? ... a criança e não o brinquedo como se imaginam pois é a criança que atribui significado ao objeto.
A experiência social da brincadeira é permeada de
condutas miméticas (mímicas) , que permitem ir além da sua capacidade de produzir
semelhanças para lançar-se à transmutação entre os diversos e possíveis papéis
sociais, atribuindo significados aos objetos que manipulam e aos inúmeros
papéis que representam (Pires, 2014 p.821).
A faculdade
mimética influencia diretamente o processo de criação da consciência histórica
do homem, afinal, seu cotidiano é repleto de fragmentos das semelhanças, seja no
brincar ou na construção dos saberes, existe sempre a associação e reprodução
das semelhanças.
Para Gagnebin (1999), as
semelhanças se modificam no decorrer dos séculos, mas são redescobertas pelo conhecimento humano em diferentes épocas.
Então meus queridos... podemos concluir que as experiências que vivenciamos influenciarão as semelhanças encontradas na nossa sociedade, ou seja, você será um reflexo do meio onde está inserido.
Referências:
BENJAMIN, Walter. A doutrina das semelhanças. In:
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. São
Paulo: Editora Brasiliense, 1996.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Sete aulas sobre linguagem,
memória e história. São Paulo: Imago, 1999.
PIRES, Eloisa G. Experiência e linguagem em Walter
Benjamim. Rio de Janeiro: Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Educ.
Pesqui., São Paulo, v. 40,
n. 3, p. 813-828, jul./set. 2014
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