A inserção do jovem no mercado de trabalho


A carência educacional do Brasil inibiu o desenvolvimento econômico em décadas, e está comprometendo a construção da infra-estrutura do país devido à falta de mão de obra qualificada.


Segundo o jornal Estado de São Paulo, em duas décadas a China conseguiu matricular cerca de 20 milhões de jovens, superando os Estados Unidos com o número de 16 milhões de jovens. A maioria dos professores é formada nas melhores universidades do mundo, chegando à formação de 850 mil profissionais, contra 1,1 milhões dos Estados Unidos. Não podemos deixar de reconhecer o potencial dos investimentos educacionais da China, o país se tornará um competidor insuperável em várias áreas daqui a quinze ou vinte anos, quando todos estes jovens estiverem inseridos e ativos no mercado de trabalho (MORAES, “O grande salto da educação chinesa”, O Estado de São Paulo, 07/08/2005).

O Brasil deve observar os resultados da China, seguindo o exemplo do desenvolvimento da nação, com investimentos educacionais que promovam um ensino de qualidade. Há um ditado chinês que ensina: “Se você desejar um ano de prosperidade cultive grãos, se desejar 10 anos de prosperidade cultive árvores, se desejar 100 anos de prosperidade cultive gente”.

A UNESCO possui uma escala para classificar os países, segundo o nível de educação, e em testes realizados no Brasil, verificou que 50% dos jovens apresentam incapacidade de ler um texto simples e de fazer contas elementares. Entre os 41 países estudados o Brasil ficou em 37° lugar na prova de leitura e em último na prova de aritmética (MORAES, 2006).

Na sociedade, o ensino de qualidade reflete diretamente na inserção do jovem no mercado de trabalho. Segundo artigo publicado pelo jornal a Folha, verificou-se que 180 mil jovens disputam 872 vagas em grandes empresas do Brasil, uma desproporção impressionante, mais assustador é saber que estes jovens foram excluídos das vagas, por não possuírem os conhecimentos mínimos exigidos pelas empresas, como: domínio na língua portuguesa, em informática e no inglês (MORAES, “180 mil jovens não conseguiram ocupar 872 empregos”, Folha de S. Paulo, 20/07/2003).

A moeda do século XXI é o conhecimento, para atender esta demanda, os trabalhadores são obrigados a adquirir uma variedade de informações e novas habilidades para sobreviverem no mercado de trabalho.

Um estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), afirma que “o cultivo da educação constitui o mais importante elemento da estratégia de desenvolvimento de qualquer país” (OCDE, Literacy, Economy and Society, Paris, 1995).

Segundo dado do IBGE, de 1982 a 2007, ocorreu um aumento do número de jovens que trabalham e estudam, e a proporção de jovens que só estudam dobrou nos últimos 25 anos, sugerindo que os jovens brasileiros estão se dedicando aos estudos retardando sua entrada nas atividades econômicas. Um índice preocupante é o aumento dos jovens que não estudam e não procuram emprego que passou de 3,8% em 1982 para 7,2% em 2007. (IBGE, 2007).

A educação no Brasil é preocupante, pois os novos empregos exigirão habilidades analíticas e de interação com as novas tecnologias. Analisando as pesquisas sobre educação, podemos concluir que os jovens brasileiros estarão despreparados para o mercado de trabalho, refletindo um desperdício do investimento educacional, pois a educação não está conseguindo desenvolver profissionais qualificados para o mercado de trabalho.

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